terça-feira, 25 de outubro de 2011

September, 12

September, 12  By Cáh Antunes

         O sábado amanheceu chuvoso e o barulho da chuva me atrapalhava pra dormir, meus dedos dos pés estavam impacientes e já estavam pra fora da coberta afoitos para levantar, o estômago reclamava querendo café da manhã,um pijama branco com babado amarelo com bolinhas brancas e um desenho da minnie, uma blusa de moletom jogada por cima pra cobrir o frio que fazia aquela manhã, cabelo armado e bem preso, olhos pequenos com o efeito que a lente divergente do óculos causava. Era assim que eu me encontrava naquela manhã e era assim que eu pretendia ficar, a conjugação do verbo para a meu sábado era pijamar.
     Imagem: weheartit

Aquela era a roupa mais confortável que eu poderia esperar, e ficar no sofá com minha coberta rosa, era o melhor programa que me aconteceria, não havia ninguém para acalmar a tempestade que acontecia dentro de mim, ninguém que ficaria ali, de graça, deitado ao meu lado escutando os trovões, o barulho da chuva viola o silêncio do pensamento, da lembrança, da doce ignorância em planejar o futuro. Eu tenho medo, porque eu vejo que tem tanta lágrima por dentro, escondida, calada, tímida e um dia chuvoso e frio é tão pouco comparado a tudo que eu esconde atrás de um rosto discretamente limpo e doce.


         Hoje eu estava passeando pelo blog da Cáh Morandi, e este texto me chamou atenção, pela descrição da pessoa que parece muito comigo e também pelo título: “September, 12”, a data do meu aniversário, e o texto acima foi a minha adaptação.

Setember, 12 By Cáh Morandi – Texto Original

Cai uma chuva gelada por trás da vidraça. Os dedos dos pés impacientes dentro da meia de lã, as mãos se aquecendo com a xícara de café, os lábios sendo mordiscados com os dentes, um pijama velho, um moletom jogado em cima, os cabelos bem amarrados, os olhos pequenos e perdidos acompanhando o desenho que água faz no vidro da janela.Não me importo em estar assim despojada, só quero me sentir o máximo bem que puder, embora seja improvável isso acontecer em uma noite de sexta, quando o fim de semana chega e você não tem ninguém. Ninguém que vá te abraçar enquanto a chuva cai lá fora. Ninguém que vá acalmar a tempestade que acontece dentro de você. Ninguém que vá te dar a mão quando você tem tanto receio de estar sozinha. Ninguém que ficaria ali, de graça, deitado ao teu lado escutando os trovões. Por um instante você pensa que isso é tão triste, que isso pode ser tão miserável e o amor parece ser uma esmola que você pede em troca de um sorriso, por mais falso que isso pareça. Frágil, o barulho da chuva viola o silêncio do pensamento, da lembrança, da doce ignorância em planejar o futuro. Você tem medo, porque você vê que tem tanta lágrima por dentro, escondida, calada, tímida e um dia chuvoso e frio é tão pouco comparado a tudo que você esconde atrás de um rosto discretamente limpo e doce.

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